Conheça 10 regiões pelo mundo que não sumiram por pouco

Alguns lugares do mundo estavam em risco de extinção
Foto: stock.xchng/Divulgação

Turismo em massa, construções e escavações são algumas das ameaças que põem em risco rios, parques e oceanos. O esforço de ONGs , comunidades locais e populações em geral foi (e continua sendo) muito importante para salvar algumas áreas e animais ameaçados.

A Lonely Planet selecionou 10 destinos salvos de uma morte certa e que vale a pena conhecer. Confira!

Rios Franklin e Gordon, Austrália
A intensa batalha para salvar os rios Franklin e Gordon, na Tasmânia, chegou até a Corte Suprema australiana e foi celebrada como uma das maiores vitórias dos ecologistas. As águas cristalinas dos rios atravessam florestas tropicais e acolhem uma grande biodiversidade. Quando os trabalhos de construção de uma plataforma hidroelétrica começaram em 1982, milhares de australianos indignados participaram do bloqueio do rio Franklin, impedindo o acesso de barcos prontos para começar a cavar.

O governo até tentou, mas os manifestantes venceram e a área, que faz parte do Patrimônio Mundial da Unesco, foi salva. Excursões para visitar o Parque nacional dos Rios Franklin e Gordon partem das cidades de Queenstown e Strahan.

Norte do Quênia
Enquanto muitos países lutam para manter animais e humanos separados, comunidades do norte do Quênia como os Maasai de Il Ngwesi, os Laikipiak de Lekurruki e os Samburu das montanhas de Lenkyio ajudam, e muito, a preservar a vida animal. Abraçando a coabitação pacífica, estas populações nativas mudaram o rumo da região, que estava sendo usada para pastagens e por grandes hotéis que não respeitavam as comunidades locais.

Com ajuda de ONGs e novos lodges ecológicos, as comunidades criaram uma área de preservação fruto de uma experiência única. O lodge ecológico das a comunidade dos Il Ngwesi, o Il Ngwesi Group Ranch, é uma opção de hospedagem confortável e que colabora com o desenvolvimento sustentável da região.

Antártica
Os pólos são uns dos principais indicadores do aquecimento global, e diminuem ano após ano. Mas a situação da Antártica seria muito pior hoje se não fosse pelo grande trabalho de ONGs que desde a década de 80 trabalham para conscientizar a comunidade mundial.

O trabalho dessas entidades culminou no Protocolo de Madri sobre a proteção da Antártica, que foi assinado em 1991, incluindo uma série de medidas para proteger a região e sua vida selvagem. Existem numerosos cruzeiros que, saindo da cidade argentina de Ushuaia, permitem vivenciar de perto as maravilhas da região.

Gladden Spit, Belize
Belize é um paraíso para mergulhadores e conta com a segunda maior barreira de coral do planeta. Mas a sobrepesca e o turismo em expansão começaram a ameaçar o litoral do país, fazendo com que um grupo de pescadores locais se juntasse no começo dos anos 90 para proteger um pequeno arquipélago do litoral.

Hoje, esse gesto se transformou na Associação de Meio Ambiente do Sul, conhecida como SEA, uma ONG que trabalha com o governo para proteger diversos parques nacionais e reservas marinhas. Uma delas, a reserva de Gladden Spit, é conhecida por ter um grande número de tubarões baleia, que se juntam principalmente nas noites de lua cheia e que pode ser visitada em excursões ecologicamente conscientes.

Pantanal, Brasil
No Brasil e no mundo fala-se muito do grave problema da deflorestação da Amazônia. Mas o Pantanal, maior área úmida do planeta, também sofre, e muito. Sobrepastoreio, caça criminosa de jacarés e, recentemente, consequências do desenvolvimento de biocombustíveis, são algumas das ameaças desta região rica em fauna e flora.

Entre vários projetos ecológicos no Pantanal, um se destaca: o Refúgio Ecológico Caiman é uma fazenda de mais de 500 km² com equipes de pesquisadores, três lodges ecológicos para turistas, preservando uma fauna variada como onças, ariranhas, sucuris, araras e, claro, jacarés. Recomenda-se passar pelo menos três dias para aproveitar as diferentes atividades como passeios à cavalo ou de canoa.

Parque provincial de Tatshenshini-Alsek, Canadá
Um dos lugares mais bonitos do Canadá, o parque provincial de Tatshenshini-Alsek, na Columbia Britânica, passou perto de virar a maior mina de cobre do planeta. Mas as pessoas que amavam as paisagens do lugar, com rios límpidos e geleiras, além de seus vestígios arqueológicos de povos indígenas e seus animais como ursos e lobos, não ficaram de braços cruzados. Eles convenceram o governo de que a mina iria acabar com todas essas belezas e biodiversidade e, hoje, o parque foi declarado Patrimônio Mundial da Unesco e é um paraíso para amantes de trilha, escalada, rafting e natureza em geral.

Reserva Forestal de Mabira, Uganda
Em 2007, cerca de um terço da Reserva Forestal de Mabira, refúgio da natureza e da vida selvagem no sul de Uganda, ia ser usada para plantações de cana de açúcar para produzir etanol. Mas ambientalistas decidiram se opor à destruição da reserva, protestaram, e alguns até chegaram a perder suas vidas.

A luta não foi em vão e, hoje, a reserva continua a ser um dos melhores lugares do país para avistar todo tipo de pássaros, macacos e até alguns leopardos. A reserva fica a 20 km ao oeste de Jinka, e tem um acampamento com refeitório e aluguel de bicicletas.

Parque nacional de Kakadu, Austrália
Alguns dos maiores depósitos de urânio ficam sob o parque nacional de Kakadu, um dos mais bonitos da Austrália. Apesar de várias minas já terem sido abertas no parque, foi a mina de Jabiluka, da empresa britânica Rio Tinto, e sua briga de Davi e Golias contra os aborígenes Mirrar, que chamou a atenção da mídia internacional.

Apesar de as duas partes terem chegado a um acordo, suspeitava-se que os Mirrar tivessem sido coagidos. Protestos começaram em 1998 e muitas pessoas foram presas. Finalmente, as atividades mineiras foram suspensas em 2003 e, em 2005, os Mirrar ganharam o direito de decidir se eles queriam ou não, explorações mineiras em suas terras. O parque nacional de Kakadu fica no norte da Austrália, e sua temporada de chuvas dura entre novembro e março.

Project Tiger, Índia
Quando o naturalista Jim Corbett lançou o alarme na década de 30, ninguém acreditava que, um dia, os tigres iam se encontrar ameaçados de extinção. Mas a caça em busca de peles levou o número de tigres a apenas 1800 em 1972, e Indira Gandhi criou o programa Project Tiger. Hoje, 27 reservas existem por todo o país, incluindo a reserva de Coerbett, em Uttarakhand, estado do norte da Índia, aberta entre novembro e junho para aqueles que querem conhecer estes animais no seu estado natural.

Baía de Chesapeake, Estados Unidos
A gigantesca baía de Chesapeake é o maior estuário dos Estados Unidos, com um litoral que passa pelos estados de Maryland, Virginia e Delaware. A baía é famosa pelos seus caranguejos azuis e é muito apreciada por velejadores e amantes da natureza. Nos anos 70, algumas pessoas começaram a perceber o quanto a área estava sendo deteriorada pela poluição, prejudicando a vida animal local. Desde esta época, muitos esforços foram feitos, gastando-se milhões de dólares para criar uma área de conservação e proteção, recuperando, em parte, a vida da baía.